Você sabia que sua postura corporal influencia na qualidade dos seus pensamentos?

07/06/2018 17:29

Você sabia que sua postura corporal influencia na qualidade dos seus pensamentos?

Professor Mestre Eduardo Teles
Professor Mestre Eduardo Teles

A qualidade dos nossos pensamentos está diretamente ligada à nossa postura corporal. Traduzindo: se estamos felizes, altivos, com os ombros eretos e cabeça erguida dificilmente teremos pensamentos negativos, porém, se a postura é a chamada colapsada, aquela na qual o indivíduo está com os ombros caídos e sempre olhando para baixo, a tendência é ocorrer frequentemente maus pensamentos. Curvar a coluna pode diminuir os níveis de energia e aumentar a prevalência de pensamentos e memórias negativas como desespero, desamparo ou derrota. E quem atesta isso? As pesquisas científicas, como informaram Eduardo Teles, Mestre em Educação Física, professor e coordenador das atividades do projeto Cuca Zen; e Luiz Paulo Souza, Mestre em Nutrição Humana, durante o bate-papo sobre a importância de fazer alongamentos e de ter boas posturas corporais, realizada pelo SINDIPEMA.

 

Os estudos afirmam que a emoção e a atitude mental têm efeitos profundos sobre o sistema nervoso, e isto é refletido de várias maneiras no ser humano, sendo uma delas a postura corporal. A alegria, a felicidade e a confiança são estimulantes e refletem uma atitude alerta, nas quais predominam as posições de extensão. Já na infelicidade, o conflito e o sentimento de inferioridade têm o efeito oposto e resultam em posturas nas quais são visíveis as posições de flexão, ou seja, com ombros caídos e cabeça sempre baixa. E foram estas afirmativas que o professor repassou para os participantes do projeto, porém, de maneira bem didática e com exemplos que fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas, como o jeito relaxado de ver TV ou de acompanhar o que acontece nas redes sociais.

 

A conversa teve como objetivo despertar a consciência para a necessidade da correção do modo como posicionamos nosso corpo, mostrando como uma simples mudança tem impacto positivo nas sensações de bem-estar e no quadro de energia vital. “Estamos condicionados a não perceber como nosso corpo assume as características de uma postura errada, de uma sensação de estresse, do cansaço, de ansiedade, situações que acabam gerando um ciclo vicioso entre adotar essas posturas, e adquirir os efeitos negativos delas para o nosso cérebro, pois há uma relação direta com as questões químicas, com a produção hormonal. Portanto, ter esta consciência e disseminar a informação para que todos adotem um bom padrão mental, resultado de uma correta postura corporal, é extremamente necessário”, observou Eduardo Teles.

 

Só que a posição colapsada não prejudica somente a questão energética/mental, ela prejudica, e muito, o físico, pois faz com que as pessoas torçam o pescoço pois colocam pressão nas articulações, o que contribui para o surgimento de dores de cabeça. Segurar o celular, tablet ou colocar a tela do computador em uma posição que não esteja perfeitamente adequada à linha de visão, fazendo com que haja relaxamento da postura ao olhar para esses equipamentos é prejudicial, e o esforço repetitivo no pescoço e na coluna cervical pode desencadear uma síndrome neuromuscular cervical, que, por sua vez, resulta em dor crônica nesta região da coluna, desequilíbrio anatômico e concomitantemente, depressão e ansiedade, como afirmam os estudiosos do assunto.

 

“Ao praticar atividades que aumentem a conscientização sobre a importância em manter uma postura ereta é possível que as pessoas consigam experimentar benefícios sobre como a postura pode afetar a memória, força física, nível de energia e reduzir as dores de cabeça”, alertou o professor Eduardo Teles. Uma das perguntas feitas pelo grupo foi: mas é possível mudar depois dos 60 anos de idade? Eduardo Teles respondeu, sem titubear, que é perfeitamente possível, pois trata-se de uma questão de condicionamento, portanto, se há treino, cria-se o hábito, mesmo após 40 ou 50 anos de atitude corporal errada. Ele concorda que é muito mais difícil reeducar ou recondicionar, e enfatiza que nestas situações a chave do sucesso será ainda mais a persistência. “Quando a pessoa pratica e passa a sentir os benefícios, ela começa também a perceber quão importantes são os resultados para a vida dela, e automaticamente não deixa mais de fazer, ou seja, cria o hábito”, observou o Mestre em Educação Física.

 

E ele dá quatro dicas práticas para transformar esse ciclo vicioso em virtuoso:

 

- Sempre caminhar tentando manter uma postura ereta, com peito aberto, abdome contraído, olhando mais à frente e tentando não olhar tanto para baixo;

 

- Ao fazer uso de equipamentos tecnológicos, como tablets e smartphones, utilizá-los sempre com o campo de visão no nível da cabeça, não ficar baixando-a para olhá-los. Se estiver sentado, elevar os braços para que o aparelho fique no mesmo campo de visão;

 

- Não fazer duas atividades ao mesmo tempo, como por exemplo, caminhar e olhar o celular;

 

- Estando sentado, tentar manter também uma postura ereta, neutra, evitando fazer a inclinação posterior da pelve, o famoso ‘C’ na base da coluna. Sempre procurar sentar mantendo o tronco reto e deixando o quadril mais elevado do que os joelhos.

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