Professoras/es da rede municipal de Aracaju participam do XVI Congresso do Sindipema

02/12/2022 09:34

Professoras/es da rede municipal de Aracaju participam do XVI Congresso do Sindipema

O congresso sindical acontece a cada três anos, com intuito de pensar e traçar ações de luta da categoria do magistério público municipal de Aracaju

Durante três dias, os/as professores/as da rede municipal de Aracaju, filiados/as ao Sindipema, participaram da maior instância deliberativa da categoria. Entre os dias 17, 18 e 19 de novembro, o Arcus Hotel foi palco do XVI Congresso do Sindipema. Foi um momento de avaliar as conjunturas internacional, nacional, educacional e local; definir linhas prioritárias de atuação de lutas do sindicato e da classe trabalhadora, construindo planos de luta cada vez mais eficazes em defesa dos trabalhadores da educação pública.

Foram mais de 20h, onde os/as congressistas discutiram sobre 'Mercantilização da educação e empobrecimento do magistério público’. Nota-se, na atualidade, um processo de redução do ensino a um comércio, que não leva em conta a universalização, o desenvolvimento das pessoas e o fim das desigualdades. A mercantilização da educação é o tratamento da educação como mercadoria e não como um direito básico.

A abertura do evento foi abrilhantada pelo Coral Sindvoz e Luiz Fontinelli. Dando início a solenidade, compôs a mesa inicial o presidente do Sindipema, prof. Obanshe Severo; vice-presidente do Sindipema, profa. Sandra Beiju; Secretário de Formação Sindicais, prof. Cláudio de Britto; Deputado Estadual, prof. Iran Barbosa; Vereadora Profa. Ângela Melo; Catarina de Almeida, Silvana Bretas, representantes da CUT, Quitéria Santos e João Fonseca.

 

O professor e presidente do Sindipema, Obanshe Severo, iniciou a mesa com uma homenagem às vítimas da Covid-19. Ao adentrar no tema do congresso, o professor destacou o processo de empobrecimento que o Magistério Público Municipal enfrenta diante da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. ‘‘Durante todos os anos em frente à prefeitura, Edvaldo nunca cumpriu a lei do piso.’’, critica o professor.

Após à mesa, os/as professores/as discutiram a análise da conjuntura internacional, nacional e local com mediação de Patrícia Seixas e participação de Daniel Cara, Catarina de Almeida, Iran Barbosa e Silvana Bretas.

Para Daniel Cara, “nós temos dois grandes desafios. O primeiro desafio é enfrentar o neoliberalismo. O segundo, a extrema direita que está a serviço do neoliberalismo de caráter fascita. E quando se somam, se tornam mais cruéis. Como prática educacional, o neoliberalismo vende a ideia de que é impossível se realizar a partir da escola. E trabalha fortemente com a questão de que a competitividade entre os seres, é benéfica. Isso está muito evidente na BNCC”.

Em sua fala, Cara ainda abordou a falta de financiamento para a educação e a criminalização dos docentes. “na lógica neoliberal, a culpabilidade dos professores e professoras. O problema da educação brasileira é um problema de gestão e de financiamento. Como construir creches, pagar docentes, alimentação nutritiva sem investimento e financiamento? E o neoliberalismo luta para dificultar o avanço educacional. Nós estamos num momento de reconstrução do Brasil, após a eleição do presidente Lula. Existe ainda um caminho de esperança, é preciso reconstruir junto à sociedade”, aponta Daniel.

Para a Profa. Catarina, “nós tivemos perdas significativas na área da educação e precisaremos reconstruir tudo isso. Quando olhamos a realidade nacional, vemos tamanha desigualdade. A gente precisa pensar, refletir, no poder da nossa ação e não perder o desejo de esperançar e mudar essa realidade. Pensar também em qual política vamos desenvolver para reconstruir a Educação. Não podemos nos acomodar, pois precisamos de um país melhor. O povo no poder. Essa é a tarefa que temos agora”.

O Deputado Estadual, professor Iran Barbosa, relembrou que, na década de 90, se fala sobre o desejo e o risco da privatização da educação pública como projeto neoliberal. “Houve um tempo que se ouvia que não tinha como privatizar a educação pública. Já dizíamos, nos anos 90, que a privatização não se daria pela venda da rede pública, mas sim pela apropriação do setor privado de parcelas do ramo educacional. São elementos que utilizam como dividir a categoria entre ativos e aposentados, por exemplo”, relembra Iran.

Em sua fala, Iran também enfatizou que o empobrecimento do magistério vai além da questão financeira. “Não falamos de empobrecimento apenas salarial, mas de também de empobrecimento político e docente que tem nos imposto. Um empobrecimento multifacetado. Na conjuntura que nós vivemos, precisamos conhecer para combater. Parabenizo o Sindipema pela escolha do tema, que é de suma importância e relevância”, enfatiza o deputado e professor. 

A professora da UFS, Silvana Bretas, reforçou a necessidade da esquerda reconstruir o país. “Nossa tarefa é pensar em como a esquerda vai unir a classe trabalhadora, em todas as suas categorias, para sair da relação de subalternidade; pensar como vamos conduzir, do ponto de vista intelectual , da nossa organização, sair das amarras do pensamento liberal, porque é esse que nós estamos envolvidos e não nos deixa avançar na ideia de que o capitalismo não é a forma superior de desenvolvimento da sociedade e da capacidade humana”. 

 

Para Bretas, é preciso uma discussão aprofundada com a classe trabalhadora sobre o capitalismo. “Ele (capitalismo) tem nos jogado no profundo poço de desigualdades sociais. Precisamos falar sobre as privatizações, a especulação da bolsa de valores, da Petrobras. A privatização acaba com a nossa capacidade industrial, de produzir tecnologia, produzir ciência. E isso afeta diretamente todo o sistema educacional. Isso fere a nossa autonomia e soberania nacional.A esquerda precisa trazer esse debate para a sociedade”. 

Simone finalizou sua fala convocando a classe trabalhadora a lutar. “Chegou a hora da classe trabalhadora se reencontrar e tomar em suas mãos a  direção crítica e revolucionária com a alma de luta capaz de fazer frente ao estado degradante que o nosso país está. Nós podemos construir uma outra forma de sociedade”.

A professora e Secretária Geral do Sindipema, Patrícia Seixas, reiterou, na ocasião, a importância da discussão da educação no contexto neoliberal. ‘‘Esse encontro é de extrema importância, Observamos, hoje, avanços das pautas neoliberais na educação. Esse é um movimento visto desde o golpe em 2016’’, declara a professora. 

As análises de conjuntura foram o pontapé inicial para a elaboração do plano de luta da categoria nos próximos três anos, até o próximo congresso.

 

VEJA O QUE ACONTECEU NO SEGUNDO DIA DE CONGRESSO

 

Por um Sindipema forte e comprometido com a Luta Coletiva.

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