16/05/2023 Notícias

Magistério público municipal de Aracaju delibera nova paralisação das atividades no dia 22

Após mais uma rodada da mesa de negociação sem propostas por parte da gestão  municipal, professoras e professores da rede municipal de Aracaju se reuniram em Assembleia Extraordinária nesta manhã (16/05).

Em resistência ao tratamento desonroso e cruel que o governo municipal de Aracaju impõe à categoria, foi deliberada por unanimidade uma nova paralisação das atividades na rede de ensino, para acompanhar a mesa de negociações entre o Sindipema e representantes do governo municipal, na próxima segunda-feira (22), às 15h.

“É necessário estarmos juntas e juntos para garantir os nossos direitos. Precisamos nos engajar ainda mais nessa luta. O portal da transparência demonstra que a receita de Aracaju cresceu muito. Então, dinheiro tem. Há plenas condições de pagar o piso salarial para a nossa categoria. Apresentamos estudos que comprovam também que o AjuPrev não está defasado, como o governo municipal quer que a população acredite. Muito pelo contrário. Está saudável. Continuamos defendendo sem tréguas o pagamento do piso salarial  para ativas, ativos, aposentadas e aposentados”, enfatizou o presidente do Sindipema, professor Obanshe Severo.

Além da paralisação, as professoras e professores também deliberaram a realização de uma vigília em frente à Prefeitura de Aracaju para acompanhar o andamento das negociações. Outra deliberação é a continuidade da mobilização nas escolas.

Ainda durante a assembleia, foi apresentado o resultado de estudos solicitados pela direção do Sindipema, que a PMA viola o artigo 212 da Constituição Federal, que obriga o investimento de, no mínimo, 25% na Educação. De acordo com os dados, a atual gestão investiu em 2021 apenas 14%, em 2022, foram 14,1% e em 2023, apenas 15,04%.

“Já é tradição do governo se manifestar na imprensa, tentando desqualificar a luta da categoria, mesmo com todos os estudos apresentados. O problema da educação em Aracaju não é a falta de verba, porque a capital é a cidade mais rica do estado. É falta de vontade. Precisamos cobrar a transparência da utilização desses recursos e continuar denunciando. Estamos lutando pelo nosso piso salarial, mas também pela melhoria nas escolas, porque isso faz parte da valorização da educação”, atestou a vice-presidenta do Sindipema, Sandra Beiju. 

A professora Ana Luisa destaca que o desejo da administração municipal é privatizar a educação pública. “A privatização da educação é estudada desde a década de 80 e agora ela está aí, forte. Precisamos refletir sobre isso. Nos unir para defender a educação e barrar essa situação. Vamos paralisar e acompanhar de perto as negociações”, enfatizou Ana.

Como desabafo, o professor Luiz Siqueira leu uma carta aberta, escrita de próprio punho, destinada à SEMED. 

O Sindipema ressalta que a categoria continua em estado permanente de Assembleia.

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