Magistério público municipal de Aracaju delibera nova paralisação das atividades no dia 22
Após mais uma rodada da mesa de negociação sem propostas por parte da gestão municipal, professoras e professores da rede municipal de Aracaju se reuniram em Assembleia Extraordinária nesta manhã (16/05).
Em resistência ao tratamento desonroso e cruel que o governo municipal de Aracaju impõe à categoria, foi deliberada por unanimidade uma nova paralisação das atividades na rede de ensino, para acompanhar a mesa de negociações entre o Sindipema e representantes do governo municipal, na próxima segunda-feira (22), às 15h.
“É necessário estarmos juntas e juntos para garantir os nossos direitos. Precisamos nos engajar ainda mais nessa luta. O portal da transparência demonstra que a receita de Aracaju cresceu muito. Então, dinheiro tem. Há plenas condições de pagar o piso salarial para a nossa categoria. Apresentamos estudos que comprovam também que o AjuPrev não está defasado, como o governo municipal quer que a população acredite. Muito pelo contrário. Está saudável. Continuamos defendendo sem tréguas o pagamento do piso salarial para ativas, ativos, aposentadas e aposentados”, enfatizou o presidente do Sindipema, professor Obanshe Severo.
Além da paralisação, as professoras e professores também deliberaram a realização de uma vigília em frente à Prefeitura de Aracaju para acompanhar o andamento das negociações. Outra deliberação é a continuidade da mobilização nas escolas.
Ainda durante a assembleia, foi apresentado o resultado de estudos solicitados pela direção do Sindipema, que a PMA viola o artigo 212 da Constituição Federal, que obriga o investimento de, no mínimo, 25% na Educação. De acordo com os dados, a atual gestão investiu em 2021 apenas 14%, em 2022, foram 14,1% e em 2023, apenas 15,04%.
“Já é tradição do governo se manifestar na imprensa, tentando desqualificar a luta da categoria, mesmo com todos os estudos apresentados. O problema da educação em Aracaju não é a falta de verba, porque a capital é a cidade mais rica do estado. É falta de vontade. Precisamos cobrar a transparência da utilização desses recursos e continuar denunciando. Estamos lutando pelo nosso piso salarial, mas também pela melhoria nas escolas, porque isso faz parte da valorização da educação”, atestou a vice-presidenta do Sindipema, Sandra Beiju.
A professora Ana Luisa destaca que o desejo da administração municipal é privatizar a educação pública. “A privatização da educação é estudada desde a década de 80 e agora ela está aí, forte. Precisamos refletir sobre isso. Nos unir para defender a educação e barrar essa situação. Vamos paralisar e acompanhar de perto as negociações”, enfatizou Ana.
Como desabafo, o professor Luiz Siqueira leu uma carta aberta, escrita de próprio punho, destinada à SEMED.
O Sindipema ressalta que a categoria continua em estado permanente de Assembleia.