Sindipema e SRTE promoverão curso de saúde e segurança no trabalho para professoras/es da rede

Com o objetivo de discutir o panorama das condições de trabalho dos professores e professoras e as possibilidades de mudança, apontando para uma intervenção qualificada  como um caminho necessário, o Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema) e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Sergipe  (SRTE/SE) promoverão o Curso Básico de Saúde e Segurança no Trabalho para professoras e professores da rede pública municipal da capital.

O curso acontecerá no Auditório do Sindipema e será dividido em três módulos presenciais, em regime de alternância, com o primeiro acontecendo nos dias 23 e 24 de abril. Os módulos serão ministrados pelo mestre em Sustentabilidade, engenheiro civil e de Segurança do Trabalho Richard Apolonio Santos; e pelo doutor em Ciências, tecnologista da Fundacentro e coautor do livro “Trabalho e Saúde dos Professores - Precarização e Adoecimento e Caminhos para a mudança”, Jefferson Peixoto da Silva.

Para o professor Obanshe Severo, presidente do Sindipema, o Curso Básico de Saúde e Segurança no Trabalho para professoras e professores será uma excelente oportunidade para os profissionais do magistério municipal de Aracaju conhecerem e reconhecerem os problemas que afetam o seus dia a dia laboral, muito marcado por ambientes de intensa precarização e péssimas condições de trabalho que têm contribuído para o aumento dos afastamentos para tratamento de saúde e readaptações temporárias e definitivas o que prejudica significativamente o processo de ensino-aprendizagem.

“Boa parte dos nossos professores e professoras enfrentam, diariamente, turmas cheias, salas quentes, pequenas, com pouca circulação de ar natural, sem climatização, com acústica ruim e até improvisadas. A imensa maioria das estruturas das nossas escolas precisa de melhorias para garantir um padrão mínimo necessário para um ambiente saudável de ensino-aprendizagem. No entanto, a gestão municipal prefere maquiar a situação com kits tecnológicos que destoam totalmente da realidade e trazem pouca ou nenhuma contribuição no desempenho acadêmico”, aponta o dirigente sindical.

“Além disso, as poucas reformas que aconteceram por força de Ações Civis Públicas do Ministério Público de Sergipe não respeitam a comunidade escolar, não contempla as suas peculiaridades e não respeita as necessidades educacionais. Então, são situações que precisam ser reconhecidas e denunciadas pelos professores e, chegando aos gestores, eles precisam intervir e resolver os problemas relatados para que os nossos educadores tenham menos problemas de saúde e tenham condições plenas de desenvolver as suas atividades educacionais, sem riscos à sua saúde física e psicológica”, enfatiza Obanshe.

Instrumento de esclarecimento

Para o palestrante Richyard Apolonio Santos, o curso é um importante instrumento para esclarecer os profissionais da área de educação que têm convivido por muitos anos com dúvidas sobre os riscos para sua saúde e sua vida decorrentes da forma que trabalham e das condições dos seus locais de trabalho. 

“Também, durante esse curso, será possível esclarecer dúvidas sobre acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e formas de assédio, bem como os professores que participarem terão a oportunidade de começar a entender sobre essas questões e como procurar as informações corretas para sanar suas dúvidas. Essa oportunidade com certeza mudará a vida de muitas pessoas, dentro do seu trabalho e se estendendo as suas vidas domésticas, familiares e até social. Saúde e segurança é algo que existe em nosso dia a dia, dentro de casa, no trânsito, no lazer e também no trabalho, só que, no trabalho, a responsabilidade de dar melhores condições e proteções é do empregador”, afirma  o palestrante.

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